INFRAESTRUTURA
Autor(a): Bruno Piola Função: Repórter
Foto(s): Cassiano Lazarini/Comércio da Franca
Data: 10/02/2013
Ângela Pimenta mostra barracão com peças históricas guardadas de forma
irregular no museu
O Museu Histórico
Municipal “José Chiachiri” está abandonado. Sem receber reforma geral desde
1991, o prédio com mais de um século de existência abriga o museu na rua Campos
Salles, no Centro, e apresenta problemas estruturais. Goteiras, paredes, teto e
chão deteriorados, falta de rampas para deficientes e até mesmo peças do acervo
deixadas a céu aberto fazem parte dos problemas. E não há previsão de reformas
no local.
O primeiro passo para
a reestruturação do espaço já foi dado. O Plano Museológico, que avalia a
estrutura do imóvel e aponta falhas e soluções, foi finalizado em 2011. O
planejamento do “José Chiachiri” foi feito por técnicos do Sisem/SP (Sistema
Estadual de Museus de São Paulo), que encontraram problemas estruturais .
Um dos mais
preocupantes indica que peças de grande porte se encontravam na parte externa
do prédio, em estado avançado de deterioração. O Comércio visitou o museu e
constatou que a maioria dos objetos estava abrigada em um barracão construído
nos fundos do terreno - que não é o espaço ideal - e algumas peças maiores
permaneciam a céu aberto.
O Sisem apontou como
solução para tal problema a criação de uma reserva técnica. Essa ala deve ter
condições físicas, climáticas (como refrigeração e desumidificação) e de
segurança adequadas para garantir a durabilidade e integridade das peças. É
destinada a armazenar peças de exposições temáticas temporárias quando elas não
estão sendo exibidas.
A falta de
acessibilidade é outro problema apontado pelo estudo e que ainda não foi
resolvido. O museu não possui elevadores, rampas e banheiros adaptados para
deficientes. Segundo Ângela Pimenta, representante do Sisem em Franca e
presidente da associação “Paulo Duarte”, que é parceira do museu, cadeirantes
não podem participar de eventos no segundo andar por falta de acesso. As
dificuldades começam já na entrada, que tem uma escada de cinco degraus. Ângela
disse que algumas pessoas chegam a se arrastar pelas escadas
PRAGAS
Sempre que chove formam-se goteiras e, para não molhar o chão, são colocados baldes
embaixo delas. O local ainda sofre com falta de detectores de fumaça e sistema
de alarmes contra roubo ou incêndios; o jardim na frente e na lateral do museu
precisa de um novo projeto paisagístico para evitar a proliferação de insetos
que possam destruir o acervo; as paredes estão com a pintura descascada e
sujas.
A diretora do museu,
Margarida Pansani, também está indignada com a situação. “Isto [a reforma]
deveria ter sido feito há vinte anos. Não há nem manutenção, basta olhar o
estado em que está o prédio. Precisamos de restauração, acessibilidade e uma
reserva técnica. Não tem mais condições de continuar assim.”
ACERVO
O único espaço que está em condições adequadas é o acervo, que possui
documentos históricos como periódicos do século 19. Uma parceria entre a Unesp
(Universidade Estadual Paulista) e a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo) equipou a sala com estantes deslizantes e climatização.
A Feac (Fundação de
Esporte, Arte e Cultura) é responsável pela estrutura do prédio que abriga o
museu. Jô Ribeiro, um dos encarregados do Núcleo de Arte e Cultura da fundação,
afirma que há interesse de se implantar o Plano Museológico, mas faltam
recursos. “Restaurar o museu é uma das prioridades, desde que a gente consiga
verbas.” O prefeito Alexandre Ferreira (PSDB) disse que não há nenhum projeto
específico para o museu.
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