segunda-feira, 13 de maio de 2013

Museu Histórico de Franca sofre com goteiras e falta de rampas


INFRAESTRUTURA 
Autor(a): Bruno Piola Função: Repórter 
Foto(s): Cassiano Lazarini/Comércio da Franca 
Data: 10/02/2013


Ângela Pimenta mostra barracão com peças históricas guardadas de forma irregular no museu
O Museu Histórico Municipal “José Chiachiri” está abandonado. Sem receber reforma geral desde 1991, o prédio com mais de um século de existência abriga o museu na rua Campos Salles, no Centro, e apresenta problemas estruturais. Goteiras, paredes, teto e chão deteriorados, falta de rampas para deficientes e até mesmo peças do acervo deixadas a céu aberto fazem parte dos problemas. E não há previsão de reformas no local.
O primeiro passo para a reestruturação do espaço já foi dado. O Plano Museológico, que avalia a estrutura do imóvel e aponta falhas e soluções, foi finalizado em 2011. O planejamento do “José Chiachiri” foi feito por técnicos do Sisem/SP (Sistema Estadual de Museus de São Paulo), que encontraram problemas estruturais .
Um dos mais preocupantes indica que peças de grande porte se encontravam na parte externa do prédio, em estado avançado de deterioração. O Comércio visitou o museu e constatou que a maioria dos objetos estava abrigada em um barracão construído nos fundos do terreno - que não é o espaço ideal - e algumas peças maiores permaneciam a céu aberto.
O Sisem apontou como solução para tal problema a criação de uma reserva técnica. Essa ala deve ter condições físicas, climáticas (como refrigeração e desumidificação) e de segurança adequadas para garantir a durabilidade e integridade das peças. É destinada a armazenar peças de exposições temáticas temporárias quando elas não estão sendo exibidas.
A falta de acessibilidade é outro problema apontado pelo estudo e que ainda não foi resolvido. O museu não possui elevadores, rampas e banheiros adaptados para deficientes. Segundo Ângela Pimenta, representante do Sisem em Franca e presidente da associação “Paulo Duarte”, que é parceira do museu, cadeirantes não podem participar de eventos no segundo andar por falta de acesso. As dificuldades começam já na entrada, que tem uma escada de cinco degraus. Ângela disse que algumas pessoas chegam a se arrastar pelas escadas
PRAGAS
Sempre que chove formam-se goteiras e, para não molhar o chão, são colocados baldes embaixo delas. O local ainda sofre com falta de detectores de fumaça e sistema de alarmes contra roubo ou incêndios; o jardim na frente e na lateral do museu precisa de um novo projeto paisagístico para evitar a proliferação de insetos que possam destruir o acervo; as paredes estão com a pintura descascada e sujas.

A diretora do museu, Margarida Pansani, também está indignada com a situação. “Isto [a reforma] deveria ter sido feito há vinte anos. Não há nem manutenção, basta olhar o estado em que está o prédio. Precisamos de restauração, acessibilidade e uma reserva técnica. Não tem mais condições de continuar assim.”
ACERVO
O único espaço que está em condições adequadas é o acervo, que possui documentos históricos como periódicos do século 19. Uma parceria entre a Unesp (Universidade Estadual Paulista) e a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) equipou a sala com estantes deslizantes e climatização.

A Feac (Fundação de Esporte, Arte e Cultura) é responsável pela estrutura do prédio que abriga o museu. Jô Ribeiro, um dos encarregados do Núcleo de Arte e Cultura da fundação, afirma que há interesse de se implantar o Plano Museológico, mas faltam recursos. “Restaurar o museu é uma das prioridades, desde que a gente consiga verbas.” O prefeito Alexandre Ferreira (PSDB) disse que não há nenhum projeto específico para o museu.

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